Esta capela constitui um exemplar de arquitectura neoclássica, com uma fachada onde se destaca o portal com arco de volta perfeita, com as aduelas do arco tipo pedra almofadada. Por cima, e independente da porta, surge um frontão curvo interrompido, donde irrompe um nicho com pilastras adossadas, sobrepujado por um frontão triangular.
No interior da capela, que esteve muito deteriorada, a nave ostenta uma abóbada de berço com restos de pintura inserida em toscos restauros de cimento. Numa das paredes pode ver-se uma pintura ao natural representando cenas da vida da Virgem, elaborada de tal modo que surge como prolongamento do altar, um pouco à maneira romana. O arco triunfal está decorado com pintura simples de carácter fitomórfico. Na capela-mor, além do altar em talha, destaca-se o tecto em caixotões, pintado com cenas da vida da Virgem e temas vegetalistas.
Acesso: EN 215 (Alfândega da Fé - Vila Flor) cruzamento à esquerda 5 km depois de Alfândega da Fé, por EM até Sendim da Serra. Uma vez aqui, mais 4 km de caminho de terra batida até um monte sobranceiro à aldeia.
Protecção: Valor Concelhio, Desp. Janeiro 1975.
No interior da capela, que esteve muito deteriorada, a nave ostenta uma abóbada de berço com restos de pintura inserida em toscos restauros de cimento. Numa das paredes pode ver-se uma pintura ao natural representando cenas da vida da Virgem, elaborada de tal modo que surge como prolongamento do altar, um pouco à maneira romana. O arco triunfal está decorado com pintura simples de carácter fitomórfico. Na capela-mor, além do altar em talha, destaca-se o tecto em caixotões, pintado com cenas da vida da Virgem e temas vegetalistas.
Acesso: EN 215 (Alfândega da Fé - Vila Flor) cruzamento à esquerda 5 km depois de Alfândega da Fé, por EM até Sendim da Serra. Uma vez aqui, mais 4 km de caminho de terra batida até um monte sobranceiro à aldeia.
Protecção: Valor Concelhio, Desp. Janeiro 1975.
Percorres ruas,
ResponderEliminartristes alegrias resignadas,
com os jornais diariamente.
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Jarra à roxa luz,
recolhimento,
na branda mesa
enredada renda.
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Não vou dizer-te
quanto te amo;
sabe-lo bem,
doutro dia, noutra estrada,
a outra hora.
Gente seguia sorrindo,
cambiando multiplicadas palavras;
nós nada dizíamos;
íamos, vagueando alegria,
atrás do pó.
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A esperança de ver-te, se der por isso.
Étaix, sábado, noite, circo,
rumor duns pombos,
sentamo-nos saltimbancos
na tromba do elefante anedótico.
Sós as árvores não constam.
Pedis-me um abraço, não sei, isto é cansaço.
Tu a atravessares apressada com um sorriso perseguido.
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‘Os pobres trabalham cedo…’
Algum poeta escreveu.
Se manhã, já dia, é belo,
no trabalho não entendem.
O trabalho, os braços, os braços, o futuro.
Esperança, alegria, alegria, esperança.
O pão dos pobres é duro.
Duro pão o que trabalham.
Tanta lágrima lavrando.
Quando é que o sol se reparte
neste profundo alçapão?
Os pobres trabalham cedo.
Terão sol por aqui neste ermo cego.
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‘Aujourd’hui je suis loin, mais je reviendrai un jour...’
Raparigas dançando num terreiro, noivos a um comboio
programado.
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Mesma quietude a dos pulmões -
do fim para o princípio rescrever até chegar a além - não mais senão
a esperança num sorriso breve -
um dia outro, gemer o violão, aldeias demasiadas para um só cantar -
pássaros e nuvens nos olhos fontes -
alheamento mórbido - um corpo prà rua atirado -
um sono dormido inteiro em tuas mãos -
terra irrompendo em carne brônzea -
desdobrando-se p’los levantes -
lado outro sem margens - leves tangendo sinos - chilrear dúbio -
a manhã - o alegre vaguear - inerte vacuidade - aragem ilimitada -
aves - voos - um seguir versos - repouso a cansaços vãos -
a solidão - porque não morres - mundos soando pra lá o encantamento -
e o furor - noite gelo tranquila a medo - mar expandindo -
linguagens dos arbustos vergando-se -
ruas percorridas a cismar - só a mesma mesa no café -
acaso sem história duns bons dias - a neve se suspende -
as árvores a florir - enquanto paredes descansam
algo que se interrompe - ou uma indetível vontade indefinida -
múltiplos enredos - e restar - aquém - o só intermédio -
gélidas ’strelas dormidas ou agras urtigas -
topar - num súbito - como as pessoas se escapam.
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Usina d’azedo silvo,
um borrão negro sobre a boca.
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Louco amor,
teus olhos,
buracos deslumbrados,
irrompem dum bocado de mudez.
Não precisamos de olhar
pra cima ou pra baixo,
mas em frente.
Delineamos sinistro rotineiro filme diário,
figuras apagadas,
que inúmeras,
uma câmara sobre a cabeça,
outra sobre o coração.
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Ossos estalados
dos dedos,
super-esquisitos
devaneios,
sono inteiro,
nas tuas mãos vazias.
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De cerdeiros
a rama
a baloiçar.
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Conviemos em que o falar descambava;
ResponderEliminarconcordámos em passar p’las brasas;
quanto ao que tivéssemos
a acrescentar
não importava.
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A rede balança
na seiva,
na árvore,
no vento,
na dança,
na erva,
na aragem,
o corpo sovado.
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O bom papa João
ante o interlocutor
bem ouvia,
intimamente
sopesando
que dissesse.
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Pipilarem
negras
andorinhas
dum límpido
cristal
pelo ar
desmaios.
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Joga-se ténis;
baterem-se bolas,
a ecos espaçados;
nenhum telefonema
nas imediações;
portas fechadas contra a rua;
provisões, com os vizinhos,
nos elevadores;
televisão desligada;
réstia campestre de paisagem;
máquina da escrita arrumada;
o inenarrável antigamente dum andar.
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Talvez que certos gestos não contem,
mas que, palavras duma palavra, povo emergindo,
noutro astro, sem qualquer prazo, juntos, acampemos.
Necessário consumir o violento grito:
Atrocidades, tortura os poemas clamam…
Paulo VI ofereceu tabaco a Podgorni em reunião à mesma mesa.
Porque há o Vietname, electricidade,
guerra química, marés negras,
refugiados, desalojados, perseguidos, deslocados, napalm,
genocídio, carbono, bombas, estátuas, dias e noites sem sono,
pessoas detidas por ideias…
Navegar estes tempos com uma doença ansiosa
serve de entretenimento contra silêncios mastigados.
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Ao jardinzinho
eu e tu íamos expeditos;
claramente desperto,
um sol expandia.
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‘Se O omitirem,
as pedras e os menino O gritarão,
loucura para o mundo,
sabedoria para os simples,
única medida…’
Ser-vos-á servida quantidade acubulada, a transbordar:
Fará com que vos senteis à mesa, preparará refeição,
e vos atenderá, caso estejais vigilantes, dias, noites, cingidos
rins, vestidos com rigorosíssimo traje, e compunção.
‘O sol se deu resplendendo,
as boas e as más horas,
igual pra justos e injustos.’
Não criastes, artistas, filósofos, economistas,
estudiosos da praxis, sociólogos, um mundo ao avesso,
sufocados p’la vossa absoluta cultura,
com o Sim e o Não a equivalerem-se?
Que é daqueles que tratastes de somenos?
‘Um Brot, um Brot, um Brot!’ ‘De profundis clamavi!’
Donde esse vosso estranhamento perante a morte,
outro tempo, natural como respirar.
Pedi que a Hora não vos interrompa em meia viagem.
Alcance-se do Amigo Único A Antiga Palavra:
‘Venenos, espancamentos, pestes, serpentes não temereis…’
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